Principais cuidados com cães e gatos idosos

Sabemos que é difícil admitir que nossos pets envelhecem mais rápido do que nós e que na velhice precisarão de maiores cuidados e atenção para terem saúde e bem-estar.

Os gatos, principalmente os que vivem dentro de casa, tendem a viver mais tempo que os cães e, se forem bem cuidados, tiverem boa genética, alimentação adequada e uma vida ativa, podem ultrapassar os 20 anos, mas em média os felinos vivem de 14 a 15 anos. No caso dos cães, a média fica entre 10 a 13 anos, dependendo do porte do animal, mas alguns cães podem chegar aos 18 a 20 anos.

O que acontece com a saúde dos cães idosos?

Com o avançar da idade temos mudanças no metabolismo, nas funções dos órgãos, e os sentidos como a visão, audição, paladar e o olfato podem se deteriorar.

Isso também pode levar a diminuição do apetite e até a perda de peso. Com o sistema imunológico enfraquecido, os animais ficam mais propensos a doenças. E os órgãos começam a trabalhar com menos vigor, sendo que muitos cães e gatos podem desenvolver insuficiência renal, levando a sintomas como aumento da micção e da sede.

Animais de estimação podem ter alteração de comportamento, podem ficar mais rabujentos, ou até fazer coisas que, para nós, não têm explicação, como latir ou miar incessantemente, andar de um lado a outro e sem motivo claro, ficar acordado durante a noite etc. Com a idade, a memória e a orientação também são afetadas.

Devemos sempre estar mais atentos quando nossos cães cruzarem a barreira dos 7 anos e passar a levá-los com mais frequência ao veterinário, para um check-up anual, exercendo uma medicina veterinária preventiva, para prevenir o aparecimento de doenças. 

Estes check ups podem incluir um exame clínico detalhado, exames de sangue, urina e fezes, ultrassom abdominal, radiografia de tórax, eletrocardiograma, check-up odontológico, entre outros. À medida que o cão envelhece, pode ser melhor levá-lo duas vezes por ano para um check-up.

Nutrição

Uma nutrição feita sob medida é uma das necessidades básicas de um animal de estimação mais velho. Os animais idosos têm necessidades nutricionais especiais e devem, por isso, ser alimentados com formulações mais palatáveis e especificamente concebidas para a sua idade. Menos sal, mais fibras, menos proteínas de baixo valor biológico e mais proteínas com alto valor biológico, são alguns dos requisitos que devem ser atendidos na alimentação do nosso cão idoso.

Converse com seu veterinário sobre a introdução de certos suplementos, como óleo de peixe (bom para ossos, articulações, pele e pelagem), glucosamina e condroitina (bom para as articulações) e/ou probióticos (bom para a saúde digestiva). 

Observe mais atentamente os sinais

Como nossos animais não falam a nossa língua, fique atento aos sinais como claudicações (manqueiras), dificuldade em subir escadas ou subir na cama, dificuldades em mudar de posição, dificuldades para pular, para deitar-se, para abaixar a cabeça na hora de comer ou beber água etc. Tudo isso pode sugerir que ele esteja começado a ter artrose ou alterações na coluna, comuns em animais mais velhos. Qualquer sinal de dor ou dificuldade de locomoção, leve-o ao veterinário. 

Fique de olho na saúde bucal

Cães idosos tem um risco maior de acumular tártaro, placas bacterianas, e ter doenças nas gengivas e nos dentes rachados, que são condições dolorosas e graves que exigem atenção veterinária.

Tome mais cuidado na higiene dos pelos

Cães idosos podem ter mais dificuldade na hora do banho. Evite usar água fria, evite banhos em locais escorregadios, e se ele tiver incontinência urinária ou fecal, mantenha a higiene dos pelos e da pele com mais rigor. Inspecione bem e pelagem a procura de pulgas, carrapatos, feridas ou até mesmo nódulos. Escove diariamente o pelame com cuidado e paciência.

Adapte sua casa para seu cão idoso

Se o seu animal tem dificuldades em subir escadas, tome cuidado com as escadas, ajude- o a subir se for necessário ou deixe as escadas fechadas.  Se o piso liso favorece escorregões, procure colocar tapetes em superfícies escorregadias, como pisos de porcelanato ou madeira. Mantenha a unha dele sempre aparada, pois ajuda a não escorregar. O objetivo é manter seu cão o mais seguro e confortável possível, e ajudá-lo a manter um pouco de sua independência, mesmo quando ele tiver alguma dificuldade.

Mesmo ele precisando de cuidados, não o deixe isolado, longe de todos. É importante mostrar a eles todo o amor que eles merecem. Passar mais tempo juntos, ter mais paciência – e ser grato por cada momento – é a melhor maneira de aproveitar os anos de idade do seu cão.

Se você suspeitar que seu animal de estimação está com alguma doença ou afecção, não espere muito tempo, leve-o assim que possível no veterinário.

Atualmente existem médicos veterinários especializados em geriatria que podem ajudar a prevenir problemas comuns em animais mais velhos. Mas procure sempre consultar seu veterinário de confiança, pois ele examinou seu animal de estimação durante toda vida, conhece o histórico de saúde do animal e pode fazer as melhores recomendações para cuidar dele na velhice.

Texto: Rosangela Gebara – Veterinária e Gerente de Projetos da AMPARA Animal.

Instituto Ampara

A AMPARA nasce em agosto de 2010, pela coragem de Juliana Camargo e Marcele Becker em tirar diversos animais da situação de rua. Em 5 anos de trabalho pesado, a AMPARA consegue se tornar a maior OSCIP de proteção animal do Brasil, com o maior número de animais amparados.

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