Redes sociais: ferramentas que impulsionaram o tráfico de animais

A comércio de animais sempre esteve presente

Ao longo da história de desenvolvimento do nosso país, o tráfico de animais sempre esteve presente. Seja na forma legal, com o intenso comércio de peles no início do século XIX, ou pelas práticas irregulares dedicadas ao mercado pet, após a década de 70.

Mesmo com a criação de leis, autarquias do estado que visam a proteção do meio ambiente e a criação comercial de silvestres, atividades ilícitas se faziam presentes.

Um crime mais comum do que parece

Como podemos exemplificar, o comércio de animais silvestres legalizado, não ajudou a coibir o tráfico no Brasil. A atividade de criação amadora de passarinhos (chamados passarinhos canoros), até o ano de 2015, já havia registrado mais de 3 milhões de cadastros fraudulentos.

Esse “comércio” é reconhecidamente um dos sistemas de maior fraude e lavagem de espécies silvestres do Brasil. Boa parte desse sistema de fraude, está associado a utilização de anilhas falsas e declarações de nascimento falsas.

Com o crescimento das cidades, a região sudeste passou a ser o grande ponto de destinação de animais traficados no Brasil. Em muitos casos, a saída para o comércio internacional. Diversos relatórios e estudos ilustram essas rotas do tráfico no Brasil

Tráfico de animais: um velho conhecido, de cara nova

Com a extração dos animais da natureza ocorrendo no nordeste, centro-oeste e norte, com destino de venda no sudeste. Por muitos anos, a compra e vende de silvestres traficados era exclusiva de feiras de rua, pontos tradicionais do comércio de animais ou casas de traficantes.

Hoje, muita coisa já mudou na nossa sociedade. Contudo, o tráfico continua retirando milhares de animais da natureza, ano após ano. Os números de apreensões não apresentam redução: a população continua aceitando a criação de silvestres como animais pet e o governo não consegue criar mecanismos eficientes para conter o problema. Mas algo mudou no cenário do tráfico: a internet e o universo digital.

O que antes era um mercado mais restrito, onde o comprador tinha que ir até determinado local, muitas vezes afastado, hoje é facilitado pelas redes sociais. Grandes plataformas digitais, sejam de compra e venda ou apenas de redes sociais, se transformaram em vitrines para o tráfico. Logo, os traficantes ampliaram seu alcance na sociedade.

Essa transição, não é exclusiva do Brasil. Mas, um padrão observado em todo o mundo, para todos os tipos de comércio, desde animais vivos até suas partes, como chifres de rinocerontes. As plataformas digitais permitem a troca de mensagens e transações financeiras criptografadas, trazendo maior segurança aos traficantes. Em partes da Ásia, os traficantes realizam vendas através de moedas digitais, o que dificulta a rastreabilidade da compra.

Nesse contexto, o Brasil se torna um prato cheio para os traficantes. Contudo, uma vez que a população é extremamente adepta a utilização das principais plataformas, como o Facebook e o WhatsApp. Segundo dados do IBAMA, já foram evidenciados mais de 1.200 animais à venda, mas sabemos que os números são muito maiores.

Combata essa crueldade!

Entretanto, existem grupos que comercializam animais exóticos (vindo de outros países), grupos dedicados às aves que cantam, grupos para comércio de macacos, e até grupos dedicados ao comércio de anilhas (utilizada para lavagem de animais).

Afinal, você pode ajudar a combater esta prática nas redes sociais, basta denunciar esses grupos, posts ou comentários que fazem referência ao comércio ilegal de animais silvestres.

Além do apoio da população, é preciso investir em inteligência nas ações de fiscalização, para conseguir contornar as adversidades que o comércio digital impõe.

Outra parte importante é a cooperação das plataformas, para criar mecanismos de alerta e banimento para conteúdos suspeitos.

Mas, temos uma missão como sociedade para mudar a visão dos animais como produtos e passar a respeitar e protegê-los no lugar ao qual eles pertencem: a natureza.

 

 

 

Instituto Ampara

A AMPARA nasce em agosto de 2010, pela coragem de Juliana Camargo e Marcele Becker em tirar diversos animais da situação de rua. Em 5 anos de trabalho pesado, a AMPARA consegue se tornar a maior OSCIP de proteção animal do Brasil, com o maior número de animais amparados.

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