Durante as campanhas eleitorais, é muito comum nos deparamos com candidatos com fotos com animais. Porém, muitos não possuem nenhuma ligação com a causa animal e se utilizam desta pauta, que é muito popular, para ganhar votos! Felizmente, muitos outros já fazem parte deste universo, como protetores ou como profissionais/gestores que lidam com o tema no dia a dia.
Portanto, alertamos a todos para que tomem cuidado com estes candidatos oportunistas ou com políticos que estão se recandidatando com a “bandeira” da causa animal sem nunca terem feito nada efetivo por eles.
Confira nossas dicas:
1 – Primeiro analise o histórico do candidato, independentemente de ser novato ou veterano na política. Se já é um político, pesquise qual foi sua trajetória, quais projetos de lei (PLs) apresentou, se foram projetos factíveis e relevantes, quais foram aprovados, ou seja, qual foi seu trabalho relacionado aos animais nos últimos mandatos?
Experiência é importante, mas não é tudo. O candidato deve ter experiência com a questão animal. E não necessariamente experiência política. Pode ser alguém da área técnica, como veterinário, biólogo, advogado, entre outras, ou alguém que tenha experiência profissional com áreas relacionadas a causa animal, como manejo de populações de cães e gatos, gestão de fauna silvestre, combate aos maus-tratos, tráfico de animais silvestres, bem-estar de animais de fazenda e direito animal.
2 – Pesquise se o candidato tem a ficha limpa, pois mesmo sendo da causa animal, honestidade é fundamental. Procure saber se existem processos e inquéritos contra o candidato. Pesquise no site: https://www.tse.jus.br/
3 – Pense nas necessidades dos animais de sua cidade e comunidade, e avalie o plano de governo de cada um dos candidatos, analisando qual deles tem um discurso mais alinhado (e coerente) com essas emergências. Qual parece conhecer melhor estes problemas. Por exemplo, o candidato que promete construir um centro de resgate de animais silvestres onde não há problemas com animais silvestres e sim com excesso de cães nas ruas, mostra desconhecer as reais demandas do município.
Lembre-se que candidatos que fazem promessas mirabolantes ou são muito visionários ou estão agindo de má fé! As propostas devem ser as mais coerentes e factíveis. A proposta deve ser clara e ter um orçamento compatível com a realidade local.
É preciso que o representante público tenha um plano coerente e relacionado aos problemas enfrentados pelos animais de sua cidade e que ele saiba o que vai fazer ao longo do seu mandato. Candidatos que não planejam bem, não executam bem. Os planos de governo devem ser disponibilizados no website do candidato.
4 – Conheça bem o partido do candidato. É preciso identificar a que grupo o pertence ou se o partido está alinhado a causa animal, ambiental. Políticos tendem a fazer acordos nas tomadas de decisões, e muitas vezes, quem perde são os animais.
5 – Saiba diferenciar: um bom protetor ou um bom profissional da área animal não será necessariamente um bom político da causa animal. É preciso estar atento a esta percepção: ele deve ter vocação para administrar, para conversar com diversos setores da sociedade, para planejar, fiscalizar e propor mudanças e políticas públicas sustentáveis e efetivas.
Além dos pontos, é importante também fugir de promessas individuais. O candidato que promete favores e vantagens pessoais é certamente alguém que usará o dinheiro público de forma imprópria, se for eleito.
Se você quer mudar a realidade dos animais em sua cidade, seu estado ou seu país, VOTE COM CONSCIÊNCIA! Os animais não têm voz, nós somos a voz deles. Somente através de seu voto consciente conseguiremos mudar a realidade e melhor a vida deles.
Texto: Rosangela Gebara – Veterinária e Gerente de Projetos da AMPARA Animal.