Importante saber que essas pessoas não fazem isso por maldade, intencionalmente, elas sofrem de um transtorno psíquico chamado de “Transtorno da Acumulação Compulsiva”, que pode ser caracterizado pela dificuldade persistente ou permanente de descartar ou de se desfazer de seus pertences e, no caso dos animais, na dificuldade de doá-los, independentemente da sua condição de mantê-los sob seus cuidados.
É um problema grave, complexo, com diversas causas e requer abordagem multifatorial e interdisciplinar de agentes da saúde, psiquiatras, médico veterinários, assistentes sociais, entre outros.
Outro ponto importante: apesar desses acumuladores terem um grande número de animais, não é a “quantidade” que determina um caso de acumulação, e sim a falta de padrões básicos de cuidados com os animais; a falta de higiene e a falta de recursos mínimos para criá-los, associadas à negação dos problemas e das consequências desse acúmulo em sua própria vida e na vida dos animais.
A acumulação causa extremo sofrimento tanto para os animais quanto para a própria pessoa que se isola socialmente e profissionalmente, abstendo-se do convívio familiar, dos vizinhos, dos amigos e dos colegas de trabalho.
A acumulação é um problema complexo de ser abordado e tratado, e deve ser sempre interpelado com ações coordenadas por profissionais de diversas áreas, sempre visando o bem-estar dos animais, da comunidade e a segurança e bem-estar do indivíduo que sofre deste transtorno.
Se você conhecer alguém com este perfil, procure ajudar, tente se informar na secretaria de bem-estar animal ou na secretaria de assistência social de seu município sobre as formas de ajuda. Nunca faça nada sem ajuda de profissionais especializados e não estigmatize ou agrida essa pessoa. Saiba que ela tem boas intenções para com os animais, mas não entende o que está acontecendo, não cuida direito deles pois sofre de um transtorno psiquiátrico que precisa de ajuda e tratamento.
Texto: Rosangela Gebara – Veterinária e Gerente de Projetos da AMPARA Animal.