É preciso observar! A observação de fauna como ferramenta de valorização da vida livre

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Ao nosso redor, a fauna urbana se revela em detalhes preciosos: o canto melodioso de um sabiá-laranjeira ao amanhecer, um saruê espreitando a noite em busca de alimento ou mesmo os movimentos graciosos de uma borboleta em meio a flores de calçadas. A biodiversidade não está apenas nas florestas remotas; ela vive e resiste nas nossas cidades e a observação é o primeiro passo para protegê-la.

A vida silvestre na maior metrópole do Brasil

São Paulo, a maior metrópole do Brasil, é um exemplo vivo dessa riqueza. Com mais de 1.350 espécies de vertebrados catalogadas, a cidade abriga uma fauna impressionante, incluindo 69 espécies na Lista Vermelha de espécies ameaçadas de extinção da IUCN. No entanto, essa diversidade convive com desafios graves, como a prática de manter animais silvestres em cativeiro. O Brasil, apesar de ser o país mais biodiverso do mundo, enfrenta um triste paradoxo. Milhares de animais aprisionados em gaiolas, reflexo de uma relação muitas vezes baseada na posse, e não no respeito pela liberdade.

A importância da observação da fauna em vida livre

Nesse contexto, a observação da biodiversidade surge como uma poderosa ferramenta de transformação. Quando observamos, aprendemos. Quando aprendemos, valorizamos. E quando valorizamos, protegemos. Dessa forma, observar os animais em seus habitats naturais cria uma conexão mais harmônica com a fauna e amplia nosso entendimento sobre a importância de cada espécie. Além disso, essa prática fornece dados valiosos para a ciência!

A então chamada ciência cidadã desempenha esse papel fundamental ao engajar o público no monitoramento da fauna urbana. Projetos que incentivam a documentação de espécies por meio de plataformas digitais têm ampliado o conhecimento sobre a biodiversidade nas cidades. E assim, fortalecendo políticas de conservação e destacando a necessidade de preservar áreas verdes. Essa prática fornece dados valiosos, incluindo novos registros de espécies, identificação de comportamentos e distribuição geográfica de populações. Esses são elementos essenciais para estratégias de conservação mais eficazes. Essas iniciativas também promovem a expansão e a valorização de espaços verdes urbanos, que são cruciais para a sobrevivência das espécies.

Do mesmo modo, a observação da natureza impacta positivamente a saúde das pessoas. Estudos demonstram que o contato visual e auditivo com a fauna e a flora reduz o estresse, melhora a saúde mental e proporciona uma sensação de bem-estar. Ou seja, a interação com o mundo natural desperta um senso de pertencimento e responsabilidade, reforçando a importância de proteger o que nos conecta à vida em sua forma mais genuína.

Dicas para observação da fauna urbana:

  • Escolha o melhor horário: As primeiras horas da manhã e o fim da tarde são os períodos em que muitos animais estão mais ativos.
  • Vista-se adequadamente: Use roupas confortáveis e de cores neutras para não assustar os animais.
  • Leve os itens certos: Um par de binóculos, cadernos para anotações, guias de identificação de espécies e uma garrafa de água são essenciais.
  • Busque áreas verdes apropriadas: Parques, praças e reservas urbanas são locais ideais para observar a fauna. Em São Paulo, o Parque do Ibirapuera, o Parque Tietê e a Cantareira são excelentes opções.
  • Respeite o espaço dos animais: Mantenha distância, evite movimentos bruscos e não alimente os animais silvestres.

Confira mais dicas para começar esta atividade aqui!

O projeto Binóculos da Liberdade

Dentro desse contexto, o Projeto Binóculos da Liberdade se destaca como uma iniciativa inspiradora que promove a valorização da fauna silvestre por meio da observação. Com caminhadas guiadas em áreas verdes urbanas e o uso de binóculos para explorar a vida selvagem local, o projeto busca despertar a curiosidade e o encantamento pela natureza, incentivando o respeito pela liberdade dos animais e desencorajando sua captura e cativeiro. Além disso, são desenvolvidas diversas ações de educomunicação para trazer informação e sensibilização para escolas e parques urbanos. Em 2024, foram mais de 1500 pessoas diretamente impactadas pelo projeto, 197 espécies registradas e quase 35 mil registros em plataformas de ciência cidadã.

O projeto Binóculos da Liberdade

Imagem: Saída de observação “Vem passarinhar” realizada pelo Instituto Ampara Animal em parceria com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo. Acervo Instituto Ampara Animal.

Portanto, observar é mais do que ver; é um ato de respeito, admiração e conexão. Ao adotarmos a observação como ferramenta de educação e conscientização, criamos uma sociedade que celebra a fauna em sua complexidade e reconhece que a verdadeira beleza está na liberdade de cada vida silvestre.

Instituto Ampara

A AMPARA nasce em agosto de 2010, pela coragem de Juliana Camargo e Marcele Becker em tirar diversos animais da situação de rua. Em 5 anos de trabalho pesado, a AMPARA consegue se tornar a maior OSCIP de proteção animal do Brasil, com o maior número de animais amparados.

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